31 de dezembro de 2012

The Last one

Navego em ondas de loucura que não me deixam descansar. 
Fecho os olhos e tento encontrar meio mas ele não existe. 
Grito, esperneio e volto a acalmar. Custa-me decerto ter que lutar contra o óbvio.  Esbracejo mais uma vez. Tento fugir à fúria que toda a ferocidade da vida me provoca. Corro. Corro pela estrada do desespero, que não me leva a lado nenhum e só me cansa. Fujo. Fujo de tudo o que não gosto, mas tudo isso e mais alguma coisa vêm atrás de mim. Destino. Esse não perdoa e se eu erro, repreende-me e massacra-me até eu me sentir um traste. 
Violo as leis da vida e tento escapulir-me da morte que me espera no fundo da estrada, que já no fim, tenta corroer-me ainda mais e tirar-me os restantes de vida que ainda são de meu direito. 
Suo, suor da pequena vitória que é viver. 
Perco anos de vida, de cada vez que esta me faz tropeçar e cair numa cama de lágrimas. Tento levantar-me, mas contra Fado nada tem força. Contra o que está escrito nada tem mais poder, e desenganem-se aqueles que pensam que é possível escapar por ruas e ruelas, que, descobrimos mais tarde, nos levam ao mesmo sítio, sem hipótese de voltar para trás. 

CatarinaMendes,  31.12.12

3 comentários:

  1. Às vezes, o silêncio é nosso melhor amigo, acalma as vozes da escuridão. Força Catarina.

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  2. Olá! Deixei-te um desafio em http://patricialopespalavras.blogspot.pt/2013/02/desafio-liebster-award.html

    Beijinho!
    Patrícia

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